Hagar, o Persa(*)
Noites sombrias
Batalhas pesadas nas costas do mar
Nas costas do ser
Cicatrizes acumuladas
Restos na praia
Vergasta dourada
Aponta, fura e destroça
Um vago olhar cego de sol
A dor vem da pele
Vem da alma atormentada
Não vendida, mas torturada
Pela morte cega, sem pátria
Alucinada
Seus ermos cúmplices violados
Voláteis desaparecem na bruma fria do tempo, da noite.
E as costas mais torturadas
Derramam cicatrizes
frágeis juncos derrotados.
A vitória é para a alma, que levanta alimentada
Enquanto o corpo jaz, já esquecido.
Texto: Virgílio(Espírito) e Clara Ghimel
20 de Outubro de 2010
(*) Em uma encarnação muito distante, fui Hagar, um guerreiro persa. Desencarnei mais ou menos aos 35 anos, numa batalha, provavelmente contra os gregos, atingido por uma lança nas costas, na altura do omoplata esquerdo. Tombei as margens de uma praia. Com o auxílio do Virgilio, meu mentor nesta encarnação, escrevemos este poema sobre o desencarne do Hagar.
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